Quando eu era jovem sempre pensei. “Será que quando eu for adulto serei feliz?”
O tempo foi passando e eu fui me descobrindo como pessoa e entendendo as minhas capacidades de construir momento bons e a incapacidade, muitas vezes de não conseguir tudo o que eu queria e como imaginava que ter tudo me traria felicidade, eu sonhava muito e muitas vezes não dava certo por não saber transformar sonhos em metas e as metas em ações concretas que me fizesse realizar os sonhos.
Conheci
a minha primeira namorada e pensei agora sou feliz está tudo perfeito...mas
veio término do namoro e ai fiquei infeliz e pensei. “Poxa a felicidade não é
para mim”.
Continuei
vivendo as aventuras de adolescente tendo momentos felizes e outros nem tanto,
mas não me sentia realizado pelo fato de não ter aquilo que eu pensava. “Ter
tudo para ser feliz”
O tempo
e a vida nos fazem sermos melhores que imaginamos, e no decorrer do tempo é que
aprendemos com a vida, e encontramos nela o sentido para as nossas angustias
que muito nos assolam nessa fase de nossa existência.
O tempo
passou e de repente me vejo, verdadeiramente, namorando e sendo feliz junto a
uma pessoa incrível. Aos poucos fomos vivendo a experiência de vivermos a dois,
pois logo tivemos a nossa filha e aí eu fui entender verdadeiramente o que era
ser feliz, mesmo diante das dificuldades que tínhamos por dois motivos. Primeiro
eu não tinha um emprego dos sonhos e outro por não ganhar tão bem a ponto e não
ter um endereço fixo por conta de morar alugado.
A vida
nos ensina a entendermos que o nosso “tudo” é exatamente o que temos, e por
isso não poderíamos deixar de agradecer a Deus sempre pelo que tínhamos, levando-nos
a decidirmos pela oficialização da nossa união no dia 30 de setembro de 1988
com o casamento civil. Foi um casamento simples, mas que valeu muito para nós,
pois nós vivíamos o nosso melhor.
Quero
aqui abrir um parêntese para falar dos casamentos(risos). Sim, o casamento civil
e o religioso.
Nos anos
80 tínhamos uma preocupação enorme em darmos sentido à vida de nossos filhos,
mas isso só aconteceria se estivéssemos casados para que pudéssemos ensina-los
a importância do casamento e da família. Então, providenciei a entrada da
documentação no fórum da cidade pedindo a união civil com minha esposa,
considerando que já tínhamos uma filha que nasceu no dia 19 de setembro, ficando
na expectativa da data que seria marcado o casamento.
Ao
buscar informações posteriores descobri que casaríamos no dia 30 de setembro,
uma sexta-feira as 9h da manhã no fórum da cidade. No início me preocupou, pois
era exatamente no dia do fechamento fiscal na empresa em que trabalhava como
auxiliar de escritório no departamento de contabilidade.
Não
poderia deixar passar nenhum dos dois eventos, meu casamento e o cumprimento
das minhas atividades profissionais sem a atenção necessária, então acordei com
a minha esposa que nos encontraríamos no fórum e ela iria com a minha cunhada e
seu esposo, pois eles seriam as testemunhas.
Assim
que cheguei no trabalho adiantei a documentação para escrituração, pois naquele
tempo era feito a mão o lançamento no livro fiscal, portanto o trabalho era
inteiramente braçal e por isso demandava mais esforço.
Por
volta das 8:15 falei para a minha superiora que precisava sair por um tempo
pois iria casar. O primeiro momento foi de espanto no escritório, mas logo foi
de parabenizar-me pelo feito, então com a autorização dirigi-me ao fórum para o
casamento.
Foi um
evento único, principalmente em função das palavras claras e importantes para
nós proferidas pela juíza, pois tínhamos apenas 21 anos.
No final
da cerimônia voltei ao trabalho para finalizar as atividades e só depois sair
de licença para cumprir os dias de folga como recém casado.
A minha esposa
juridicamente formalizada, voltava para casa a fim de cuidar de nossa filha que
ficou sob guarda de uma amiga.
Quando
se trata de casamento sempre pensam nele como sinônimo de festas, comidas,
bebidas e convidados, porém esquecem de lembrar que a maior festa deve ser em
nós mesmo, nosso interior que deve estar em festa.
No casamento
com amor o que mais importa é como sobreviveremos às adversidades como casal,
pois a maior felicidade deve fazer parte da nossa construção interior mesmo
diante das dificuldades.
A
construção judicial da família estava concluída, mas nos faltava agora a nossa
construção religiosa, pois faltava o casamento religioso e não tínhamos noção de
como faríamos, então como católicos que somos, fomos a igreja e falamos como o
padre para que nos acompanhasse e pudéssemos então nos tornamos casados perante
a Deus.
Naquela época
não havia formação de noivos, então o padre ia a nossa casa todas as quartas
feiras a noite para conversarmos sobre a importância do matrimonio diante da
igreja.
O padre
não conseguia um tempo em sua agenda para que pudéssemos celebrar nosso
casamento, mas inesperadamente no início do mês de janeiro de 1989 o padre nos
informou que casaríamos no sábado, 14 de janeiro daquele ano às 16h e que o
padre seria outro em função dele não poder estar presente.
Sem
tempo para realizarmos qualquer festa apenas nos preparamos espiritualmente
para o nosso casamento, então marcamos com as testemunhas que iriam nos
acompanhar.
Era um
sábado chuvoso e nossos padrinhos foram nos buscar na hora marcada, as 15:30h e
as 16h estávamos na igreja para casarmos. O padre chegou, ajudamos abrir a
igreja, preparar o altar e assim casamos. Foi mais um momento ímpar em nossas
vidas, pois agora sim éramos uma só carne. Sem festa, sem fotógrafos, marcamos
um momento único de muita felicidade, pois o melhor momento que está
fotografado se encontra em nossa mente e em nosso coração.
Momentos
como esse, posso dizer, é viver a felicidade plena, pois chegamos ao nosso
objetivo com ação que nos levaram ao nosso melhor, e assim já se passaram 32
anos dessa união.
A vida
continuou, claro, nos trazendo frutos, pois tivemos mais dois filhos que nos fizeram
e fazem vivermos pontos incríveis de felicidade, pois sempre nos deixam felizes
por acreditarem que podem sim ser felizes construindo suas próprias famílias. O
mais novo já está com 28 anos, assim como os outros dois, constroem os seus
próprios momentos felizes.
Ao abrir
esse parêntese quis mostrar que nem sempre devemos esperar pelo melhor momento,
pois o melhor momento somos nós que fazemos, somos nós que escolhemos viver e a
felicidade está nessas escolhas.
Exemplo
de felicidade está muitas vezes, na nossa história e dependendo como olhamos
para ela podemos ter duas visões, uma como coisa ruim outra como coisa boa,
pois sempre devemos entender que a felicidade não é uma reta, pois não podemos
pensar que estaremos sempre felizes e sim teremos momentos bons e outros nem
tanto, mas que não nos deixará estático e sim com força para continuarmos a
lutar e voltarmos ter novos momentos felizes.
A partir
de todos esses eventos que aconteceram em minha vida fui entendendo como é ser
feliz sem precisar ter tudo já que o tudo está sempre em nós.
Ao
ultrapassar os 50 anos posso dizer que hoje entendo sobre o que pensava quando
era adolescente, porém nada se encaixou no que vivi até aqui, pois fui e sou
feliz com todos as limitações e vantagens que a vida me oferece, mas hoje nos
resta termos a consciência de que nada é pra sempre assim como tudo pode
acontecer, mas seremos sempre capazes de sobreviver às essas irregularidades
para aprendermos sempre que não somos perfeitos, mas podemos ter momentos
perfeitos e estarmos abertos a aprender sempre com as imperfeições da vida.
A
felicidade está dentro de nós, portanto nós somos responsáveis por ela.
Para
ajudar na reflexão faço aqui algumas perguntas que você pode responder a si
mesmo(a) ou fazer novas perguntas.
Será que
você já é feliz e ainda nem percebeu isso?
O que
você tem feito para ser feliz?
Você
está esperando que alguém te faça feliz?
Por que
você não toma essa responsabilidade para você?
Todas
essas perguntas merecem uma resposta que está dentro de você e só você pode
responder.
Seja
feliz aproveite para encontrar dentro de você a sua melhor versão.
Adm Mario Santos Coach